sábado, 3 de outubro de 2009

Sim, nós vencemos

Rio de Janeiro derrota gigantes e começa a construir uma nova era na história dos Jogos Olímpicos

Diário de Pernambuco – 02.10.09


Discurso apaixonado de Lula na defesa do Rio de Janeiro

Cinco arcos, cinco símbolos. Um país, um continente. Uma cidade símbolo chamada Rio de Janeiro. Ontem, hoje e em 2016 a Olimpíada não é apenas dos cariocas. É do Brasil. É da América do Sul. É através do Rio que se inaugura uma nova era na história dos Jogos Olímpicos. Para alcançar tamanha honraria, a candidatura do Brasil, que já tinha fracassado três vezes anteriores, superou concorrentes gigantes na eleição do Comitê Olímpico Internacional (COI), realizada em Copenhague, na Dinamarca: Chicago, Tóquio e, por fim, Madri, conseguindo uma vitória inapelável na última rodada da votação, com 66 votos a 32.


A eleição de ontem, transmitida para mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, foi o final de três anos de uma disputa na qual a cidade brasileira partiu do descrédito quase total até o discreto favoritismo que envergou na última semana. A evolução pode ser explicada por um projeto técnico de excelência, uma apresentação impecável e um comprometimento político comparável apenas à candidatura de Madri. Mas,para os membros do COI, o que mais contou foi o chamado que o Brasil fez à entidade: votar pelo Rio para 2016 seria optar por dar um novo caminho ao movimento olímpico, universalizando a Olimpíada e desfazendo as injustiças das últimas décadas.


A conjunção de fatores foi recompensada pelos delegados do COI, que reconheceram a força de dois argumentos, um racional, outro emocional: o desempenho econômico correto do Brasil, iniciado nos anos 90, e o fato de representar o subcontinente até então marginalizado, o que contrariava o espírito de universalidade dos Jogos Olímpicos. "A mensagem é clara", afirmou o belga Jacques Rogge, presidente do COI, após a revelação da vitória brasileira. "Escolhemos um argumento extremamente valioso: o de irmos pela primeira vez a um continente que nunca tinha realizado a Olimpíada. E eu acho que essa é uma importante decisão".

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