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23/6/2010
A urgência do socorro às vítimas da tragédia das águas exige agilidade e decisão. E isso não faltou nas atitudes do governador Eduardo Campos (PSB). Desde os primeiros indícios de que as precipitações iam resultar na catástrofe que se viu, o socialista mobilizou o governo. 'Transferiu' o Corpo de Bombeiros para Palmares, visitou municípios afetados, fez ministros deixarem Brasília para ver de perto áreas atingidas e, depois de levar pessoalmente reivindicações a Lula, convenceu o presidente a vir ao estado. Além disso, instalou escritório permanente do gabinete de crise e decretou o cancelamento do feriado de hoje.
Por fim, estabeleceu que as ações de assistência à população, combate a doenças e reconstrução das cidades serão centralizadas no Palácio do Campo das Princesas. Ou seja, postou-se literalmente no comando da cruzada de socorro ao caos vivido por 54 municípios. O cargo, é evidente, requer tal postura. Mas há quem não seja tão determinado diante de emergências e prefira ordenar a agir. Eduardo enfioua bota na lama. De cara com a gente flagelada, ouviu queixas. Natural. Ainda que se saiba que a soma de séculos de ocupação desordenada de áreas riberinhas a inimagináveis índices pluviométricos sempre resulta em tragédia, gestores públicos costumam ser alvo de manifestações da indignação das vítimas. Seja em que tempo for. Seja quem for. A diferença está na forma como tais cobranças são respondidas. E pelo menos no que diz respeito ao poder de mobilização já há resultados. Se as medidas tomadas até agora aliviarão o sofrimento de quem perdeu tudo, a capacidade de execução do governo vai dizer.
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