quinta-feira, 10 de junho de 2010

O surgimento da Cidade Patrimônio Histórico

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Do http://www.defender.org.br/


por Silvana Losekann

A tradição diz que há 474 anos o português Duarte Coelho chegou no alto de uma colina e exclamou: “Oh! Linda situação para uma vila!”. Assim, o primeiro governador da Capitania de Pernambuco decidiu fazer daquele local a sede do seu estado, em uma nova terra chamada Brasil.

Em 12 de março de 1537, a Vila de Olinda surgia na área na qual hoje é o Alto da Sé. A lém da beleza paisagística, a escolha do lugar teve razões estratégicas: do alto, era mais fácil combater invasores vindos pela costa em busca de riquezas naturais. Hoje a cidade Patrimônio Histórico da Humanidade e Capital Brasileira da Cultura completa 474 anos.

Aos poucos a nascente vila seria transformada em cidade e capital, desenhando o seu traçado urbanístico. Sobrados e ruas coloniais, monumentos, igrejas imponentes, galerias de arte e artesanato transformaram Olinda em uma cidade que “é só para os olhos. Não se apalpa, é só desejo” (Carlos Pena Filho).

Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia, com a exploração do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar. A presença das ordens religiosas na vila também foi importante para a definição urbanística do lugar e de fundamental importância para a conquista definitiva das terras. Invadida pelos holandeses em 1630 e incendiada no ano seguinte, foi reconstruída apenas em 1664. Após esse período, o povoado do Recife começou a crescer, com a presença dos comerciantes portugueses. Olinda foi, aos poucos, perdendo espaço para a nova vila que se fortalecia, deixando, finalmente, de ser capital em 1827.

Deixou de ser centro político, porém continuou sendo referência histórica e cultural. Costuma-se dizer que Olinda tem a maior concentração de artistas e artesãos do País. Mais de 10% de sua área total (42,3km²) pertencem ao Sítio Histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O seu rico acervo arquitetônico, cultural e natural a transformam em exemplo de cidade colonial brasileira. Do alto de suas colinas, é possível fechar os olhos e imaginar como viviam os povos que habitaram a cidade entre os séculos 17 e 19.

Documento – O Foral de Olinda é o documento mais antigo relativo à cidade e o único conhecido no País. Outros dois são apenas citados: o de Santos, de 1545, e o de Piratininga, de 1558, ambos em São Paulo. Mas nunca foram encontrados. Pesquisadores afirmam que o Foral de Olinda é o único que concede ao núcleo urbano nascente o título de ‘vila’, assegurando-lhe um amplo patrimônio territorial.

Pioneirismos:

- Primeira Câmara de Vereadores do Brasil (1548)
- Primeiro teatro brasileiro (1575)
- Primeiro grito pela República (Bernardo Vieira de Melo, 1710)
- Primeiro curso jurídico do País (1827)
- Primeira biblioteca pública do Brasil (1830)
- Primeira manifestação real para a abolição da escratura no Brasil, com a libertação de todos os escravos pelos dirigentes do Mosteiro de São Bento (1831)

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